Stalking – Uso de aplicativos de espionagem e perseguição online cresce 51% durante a quarentena

De acordo com dados da Avast sobre Stalking, o uso de aplicativos de espionagem e perseguição online cresce 51% durante a quarentena.

No Brasil, desde março, a Avast protegeu mais de 3.048 usuários de apps stalkerwares, uma média mensal 30% acima dos dois primeiros meses do ano.

A Avast descobriu que houve um aumento de 51% no uso de aplicativos de espionagem e perseguição online (stalkerwares) desde os bloqueios ocorridos entre março até junho em comparação a janeiro e fevereiro de 2020.

Stalking – Uso de aplicativos de espionagem e perseguição online cresce 51% durante a quarentena

Stalking – Uso de aplicativos de espionagem e perseguição online cresce 51% durante a quarentena

Os “stalkerwares” são softwares antiéticos que permitem o rastreamento da localização de uma pessoa, acessam suas fotos e vídeos pessoais, interceptam e-mails, textos e comunicações de apps como WhatsApp e Facebook, bem como interceptam chamadas telefônicas e gravam ocultamente conversas pela internet, sem o conhecimento da vítima.

Essa crescente ameaça digital identificada pela Avast tem como pano de fundo o aumento da violência doméstica durante os lockdowns, chamada de “epidemia oculta” do coronavírus por Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora executiva da ONU Mulheres.

No Brasil, por exemplo, dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que houve um crescimento no número de denúncias de violência contra a mulher registradas pelo Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência), que passou de 15.683 denúncias entre março e abril de 2019 para 19.915 denúncias este ano, período já afetado pela crise da saúde – portanto, um crescimento de 27% entre 2019 e 2020.

Somente em abril deste ano, quando comparado a abril de 2019, o aumento de denúncias foi de 37,6%.

O aumento de dispositivos conectados e a disponibilidade de aplicativos furtivos de espionagem e perseguição são outras maneiras para que os abusadores exerçam controle sobre suas vítimas, que estão impossibilitadas de sair de casa devido às medidas preventivas contra o coronavírus.

Jaya Baloo, CISO da Avast, destaca:

“Os stalkerwares são uma categoria crescente de malware doméstico, com implicações perturbadoras e perigosas. Enquanto os spywares e infostealers procuram roubar dados sigilosos, os stalkerwares são diferentes: roubam a liberdade física e online das vítimas. Geralmente instalado secretamente em telefones celulares por falsos amigos, cônjuges ciumentos, ex-parceiros e até pais preocupados, os stalkerwares rastreiam a localização física da vítima, monitoram sites visitados na internet, mensagens de texto e telefonemas, prejudicando a liberdade online e a liberdade individual da pessoa.”

“Em todo o mundo, foi relatado que o número de casos de violência doméstica aumentou consistentemente durante os lockdowns e esse movimento coincide com o que estamos vendo com essa ameaça digital. Estamos comprometidos em fazer tudo o que pudermos para proteger os nossos usuários contra essa ameaça crescente.”

É notável que, entre toda a gama de spywares e stalkerwares, a Avast também observou vários aplicativos relacionados ao COVID-19 projetados para espionar os usuários, que coletam mais informações sobre eles do que seria necessário para que funcionassem.

Esse aumento de spywares e stalkerwares desde março de 2020, não se limita apenas ao Brasil. A Avast protegeu mais de 43.000 usuários contra esses ataques no mundo todo. Dados específicos dos países indicam que 3.531 usuários foram alvos nos Estados Unidos, 1.784 na Alemanha, 1.648 na França e 1.554 no Japão.

Para atenuar a ameaça dos stalkerwares, a equipe da Avast compartilha algumas medidas simples que podem ser tomadas:

Regra nº 1: Proteja seu telefone contra todos os acessos físicos não autorizados

Os smartphones geralmente ficam desprotegidos por causa de seus usuários.

De acordo com a Pew Research, mais de um quarto dos usuários de dispositivos móveis não utiliza nenhum bloqueio de tela em seus smartphones e pouco mais da metade não usa impressões digitais, nem códigos PIN para manter seus dispositivos privados – o que torna simples para um parceiro suspeito instalar secretamente stalkerware sem ser notado.

Da mesma forma, não empreste seu telefone desbloqueado para ninguém, a menos que você confie totalmente em suas intenções. Pode levar menos de um minuto, para instalar um aplicativo stalkerware.

Regra nº 2: Instale um bom produto antivírus confiável no seu celular

Um bom antivírus para dispositivo móvel tratará os stalkerwares como programas potencialmente indesejados e dará ao usuário a opção de removê-los.

Um produto de segurança, como o Avast Mobile Security, manterá o seu dispositivo móvel protegido contra stalkerwares, além de outros malwares e aplicativos potencialmente maliciosos.

A Avast trabalhou com o Google, para remover oito dos maiores aplicativos de stalking da Play Store no ano passado e continua com esse trabalho à medida que novos stalkerwares são desenvolvidos, ajudando a manter os usuários e dispositivos um passo à frente das ameaças.

Regra nº 3: Não hesite em entrar em contato por meios seguros com uma organização de defesa contra a violência doméstica

No entanto, se você já está em um relacionamento abusivo – ou teme que isso aconteça em breve -, você deve entender que corre um risco maior dos stalkerwares.

Uma visita inocente a um amigo ou um parente pode ser detectada e ser o gatilho para um abuso físico. Até a remoção do próprio aplicativo stalkerware pode alertar o parceiro.

Se estiver nesse estágio, você precisa obter apoio rapidamente e não deve hesitar em procurá-lo. Entre em contato com uma organização de defesa contra a violência doméstica na primeira oportunidade segura.

Organizações de defesa contra a violência doméstica apoiam as vítimas, podendo ajudar com questões de segurança pessoal, física e digital.

Caso seja possível que o seu dispositivo já tenha sido comprometido por stalkerware, evite usá-lo para fazer a denúncia. Se você puder, use um dispositivo anônimo, como um computador ou um telefone de um amigo, para evitar que o abusador descubra suas intenções.

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