Atualmente em alfa, o sistema operacional Vanilla OS 2 Orchid será lançado no dia 30 de janeiro, mas ainda será um beta.
Vanilla OS, uma distribuição Linux que utiliza o desktop GNOME, é construída sobre dois princípios fundamentais.
O primeira é que aposta na imutabilidade e na atomicidade, o que aumenta significativamente a estabilidade e a segurança do sistema, pois evita modificações não autorizadas ou acidentais do sistema operacional subjacente e dos seus arquivos críticos do sistema.
O segundo principal ponto de venda do Vanilla OS é que ele aproveita gerenciadores de pacotes multiplataforma, permitindo aos usuários instalar software de uma ampla variedade de fontes, independentemente da arquitetura base do sistema operacional.
Esse recurso torna o sistema operacional altamente versátil, acomodando diversos aplicativos e ferramentas.
Para evitar ser muito técnico, vale a pena notar que isso foi realizado principalmente por meio de ferramentas de conteinerização e pela facilitação de transações sob demanda entre duas partições raiz distintas.
Embora o Vanilla OS seja uma distribuição Linux relativamente jovem, tendo apenas um ano e apenas uma versão estável lançada (o que não nos deixou a melhor impressão), ele já causou sensação na comunidade Linux.
Agora, Vanilla OS 2 Orchid está atualmente em alfa, com beta previsto para 30 de janeiro.
Vanilla OS 2 Orchid será lançado no dia 30 de janeiro
O principal a esclarecer é que o Orchid, atualmente em fase alfa, não é apenas uma atualização, mas uma reinvenção.
O projeto envolve uma reescrita completa, começando com a transição do Ubuntu para o Debian e integrando uma série de novas tecnologias desenvolvidas do zero ou completamente retrabalhadas.
E isso é uma boa notícia, especialmente considerando os desafios que os usuários frequentemente encontram com a versão atual, que dificultam uma experiência tranquila e fácil de usar.
Diante disso, o Vanilla OS 2 Orchid apresentará e aprimorará inúmeras de suas ferramentas internas, incluindo ABRoot, Albius, Vib, Differ, VSO, Apx, Apx GUI e muito mais.
Interface gráfica do usuário do Apx
Por exemplo, uma das ferramentas fundamentais da distribuição, ABRoot, um utilitário que fornece imutabilidade e atomicidade completas ao fazer transações entre duas partições raiz, foi redesenhado para gerenciamento abrangente do sistema.
Ao mesmo tempo, Apx, o gerenciador de pacotes Vanilla OS para instalação de pacotes de múltiplas fontes, como APT do Debian, DNF do Fedora, Pacman do Arch, Zypper do OpenSUSE, APK da Alpine e assim por diante, dentro de contêineres, evoluiu para um recurso poderoso para desenvolvedores.
Continuamos com outra ferramenta crítica do sistema operacional, VSO (Vanilla System Operator), que permite executar tarefas de manutenção na instalação subjacente do Vanilla OS.
Anteriormente conhecido apenas pelas suas capacidades de gestão de sistemas, transcendeu o seu propósito original, evoluindo para o VSO v2. Esta ferramenta abrangente de gerenciamento de pacotes promete melhorar significativamente a experiência do usuário.
Mas o que há de mais interessante no VSO v2 é que ele apresenta suporte para sideload de aplicativos Android. Sim, você leu certo – aplicativos Android!
Este recurso, desenvolvido pela Waydroid e intimamente integrado ao repositório F-Droid para aplicativos Android de código aberto, abre um mundo de possibilidades para usuários regulares de PC, anteriormente confinados apenas a dispositivos Android.
Em outras palavras, à medida que as fronteiras entre a computação móvel e a de desktop continuam a se confundir, o Vanilla OS 2 Orchid se posicionará na vanguarda dessa transição, prometendo uma experiência de computação mais integrada, versátil e centrada no usuário.
Outra mudança significativa no Orchid é a remoção do sudo, substituído por políticas Polkit meticulosamente elaboradas. Essa mudança permite aos usuários privilégios administrativos sem o comando sudo tradicional, uma mudança inteiramente dentro do espírito inovador do projeto como um todo.
No lado do desktop, a versão alfa do Vanilla OS 2 apresenta o GNOME 44. No entanto, os usuários podem antecipar a inclusão do ambiente de desktop GNOME 45 mais recente para a versão final do Orchid. Nos bastidores, o sistema operacional é alimentado pelo kernel Linux 6.4.
Por último, mas não menos importante, ficamos agradavelmente surpresos com as melhorias introduzidas na documentação. Há um ano, a situação era bem diferente – o sistema operacional vinha com orientação mínima, deixando os usuários no escuro sobre as funções de diversos comandos.
Agora, as coisas são radicalmente diferentes. A documentação foi totalmente atualizada, oferecendo insights abrangentes sobre cada ferramenta do sistema operacional, melhorando muito a compreensão e a experiência do usuário.
A versão beta do Vanilla OS 2 Orchid está prevista para ser lançada em 30 de janeiro, marcando um marco crucial. Esta fase se concentrará em correções de bugs e refinamentos, com a duração da janela beta dependendo do feedback e dos problemas encontrados.
A equipe de desenvolvimento está otimista com o lançamento em 2024, com o objetivo de ter o Orchid nos PCs antes do verão, então só temos que esperar mais alguns meses.
De qualquer forma, espera-se que o próximo lançamento seja uma oferta significativamente mais madura e completa, refletindo o crescimento da distribuição, apresentando uma experiência de usuário mais sofisticada, além da ideia fundamental que forma o núcleo do Vanilla OS – foco na imutabilidade e gerenciamento de pacotes distro-agnóstico.