Uma pesquisa recente da Avast informa que a segurança deficiente nos roteadores deixam os brasileiros vulneráveis a ataques cibernéticos. Confira os detalhes e entenda melhor o problema.
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Os consumidores brasileiros, que têm uma segurança deficiente em seus roteadores, estão sob alto risco de ataques cibernéticos projetados para assumir o controle de dispositivos conectados à rede Wi-Fi, roubar senhas e coletar outras informações pessoais confidenciais.
A Avast publicou uma nova pesquisa que revela que 43% dos brasileiros nunca acessaram a interface web de administração de seus roteadores para alterar as credenciais de login de fábrica.
Outra constatação preocupante é que 14% dos brasileiros que usaram essa interface administrativa web, ainda mantêm as credenciais fornecidas com o roteador. Somente 42% dos brasileiros alteraram suas credenciais de login dos roteadores através da interface web.
Além disso, dos brasileiros entrevistados que acessaram a interface administrativa web, 72% nunca atualizaram o firmware do roteador, um software pré-programado, gravado em hardware que requer atualização para incorporar patches de segurança.
Essa pesquisa foi realizada para entender melhor o conhecimento do público com relação à segurança dos roteadores, que é frequentemente negligenciada quando as pessoas prestam mais atenção nos dispositivos que estão utilizando.
Cerca de 700.000 roteadores em todo o mundo foram diagnosticados como vulneráveis a um malware com recursos de decodificação SSL.
Conhecido como VPNFilter, esse malware modular contém recursos de ataque MiTM (Man-in-The-Middle), criado para injetar cargas maliciosas no tráfego da internet.
O malware tem a capacidade de escanear o tráfego web de entrada e saída na rede do usuário, com o objetivo de coletar senhas e outras informações confidenciais.
Até hoje, roteadores de 54 países foram afetados, incluindo os modelos Linksys, NETGEAR, D-Link, Huawei e Asus.
Também foi relatado recentemente que a botnet Satori, uma botnet que infecta dispositivos IoT (Internet das Coisas) usando-os para realizar ataques DDoS e minerar criptomoedas, está se espalhando e explorando uma vulnerabilidade nos roteadores DSL da D-Link. Aliás, o Brasil é atualmente o país mais afetado.
A pesquisa da Avast ilustra como os ataques podem tirar proveito da falta de compreensão das pessoas sobre a segurança dos roteadores.
Exatamente metade dos consumidores brasileiros admitiu acessar a interface do roteador uma vez por ano ou menos, para verificar se há atualizações, enquanto um número similar (52%), disse que não tinha ideia de que seus roteadores tinham firmware.
Sobre isso, Martin Hron, Pesquisador de Segurança da Avast disse o seguinte:
“Uma rede local do usuário é tão relevante e pode ser vista como o elo mais fraco de uma cadeia. Na maioria das vezes, o roteador é o maior ponto de vulnerabilidade.”
Ele completou afirmand que o roteador é frequentemente mal compreendido ou ignorado, porém, é indiscutivelmente o dispositivo mais importante ao atuar como porta de entrada para a internet.
Ao conectar vários dispositivos e permitir que compartilhem dados entre si, enquanto gerenciam o tráfego web de entrada e saída, o roteador é um alvo natural para cibercriminosos que desejam coletar informações pessoais confidenciais dos usuários, como detalhes de login do banco e explorar dispositivos conectados à rede como os de IoT.
No mínimo, deve-se alterar o nome do usuário e a senha padrão de fábrica, assim que o roteador estiver instalado e verificar pró-ativamente se há atualizações de firmware.
A pesquisa foi realizada pela Avast em junho de 2018 e entrevistou 1.522 consumidores no Brasil.