Após 18 anos usando no Ubuntu, o OpenStreetMap mudou para o Debian para melhorar o desempenho, a estabilidade e a colaboração da comunidade.
O OpenStreetMap (OSM) é um projeto colaborativo de mapeamento global que permite criar e editar mapas de forma aberta e gratuita.
Ele é mantido por uma comunidade de voluntários que coletam e atualizam dados de geolocalização, como ruas, prédios e pontos de interesse, utilizando dispositivos GPS, imagens aéreas e outros recursos.
O OSM é considerado uma alternativa aberta a plataformas comerciais de mapeamento, oferecendo flexibilidade e personalização para desenvolvedores e usuários finais.
Na prática, o OpenStreetMap é um mapa gratuito do mundo que qualquer um pode usar para ajudar a melhorar.
Ele é criado por pessoas no mundo todo que adicionam e atualizam informações sobre estradas, parques, prédios e muito mais. Pense nele como a Wikipédia dos mapas.
Ao contrário do Google Maps proprietário ou do Apple Maps, o OSM é de código aberto e gratuito para todos. Empresas, desenvolvedores e indivíduos podem usá-lo para qualquer coisa, como criar aplicativos, planejar rotas ou criar mapas personalizados.
Agora, o OpenStreetMap moveu seus servidores do Ubuntu para o Debian 12, resolvendo problemas de E/S e aumentando o desempenho.
OpenStreetMap mudou para o Debian
Sim. O OpenStreetMap mudou para o Debian. Após 18 anos confiando no Ubuntu, o OpenStreetMap anunciou uma grande mudança: seus servidores agora rodam no Debian 12 (Bookworm).
Essa migração não é apenas sobre mudar uma distribuição Linux, mas uma mudança estratégica para melhorar o desempenho, a estabilidade e a colaboração da comunidade.
A atualização também aumenta significativamente o desempenho do Ruby, já que os servidores do OSM agora são alimentados pelo Ruby 3.1, prometendo aventuras de mapeamento mais rápidas e eficientes para usuários em todo o mundo.
Ainda estamos no processo de migração completa entre as distribuições Linux, mas podemos compartilhar que recentemente movemos nossos servidores frontend para o Debian 12 (do Ubuntu 22.04), o que elevou a versão do Ruby de 3.0 para 3.1, o que nos permitiu também atualizar a versão do Ruby on Rails que usamos para www.openstreetmap.org.
Grant Slater, engenheiro sênior de confiabilidade de sites da OpenStreetMap Foundation, compartilhou insights sobre o motivo dessa transição. De acordo com Slater, a decisão de migrar para o Debian foi influenciada pela forte sobreposição entre as comunidades OpenStreetMap e Debian.
Muitos mapeadores do OSM também são entusiastas do Debian, o que torna isso um ajuste natural.
Slater também elogiou os mantenedores do Debian por seu trabalho excepcional em manter os pacotes atualizados, mencionando especificamente “osm2pgsql” e “osmium-tool”, ferramentas-chave no kit de ferramentas do OSM.
Há uma grande sobreposição entre os mapeadores do OpenStreetMap e a comunidade Debian. O Debian também tem uma excelente cobertura de ferramentas e utilitários do OpenStreetMap, o que ajudou na decisão de mudar para o Debian.
Outro fator importante que impulsionou a mudança foi uma série de problemas graves de desempenho de E/S encontrados com certas versões do kernel em sistemas que usam armazenamento NVMe.
Para resolver isso, o OpenStreetMap precisou mudar para kernels principais mais novos, naturalmente levando-os para o Debian. No Debian 12, simplesmente instalar o kernel backport resolveu esses problemas.
A mudança do Ubuntu para o Debian também trouxe mudanças em como o OSM gerencia a rede em seus servidores.
A equipe se afastou do Netplan — uma ferramenta padrão no Ubuntu — e adotou o systemd-networkd para gerenciar interfaces de rede, permitindo uma abordagem consistente em sistemas Ubuntu e Debian.
Ao longo dos anos, o OSM padronizou sua configuração de rede para usar interfaces vinculadas 802.3ad para redundância e VLANs para segmentação de tráfego — uma configuração que, de acordo com Slater, funciona bem com o systemd-networkd.