O sistema operacional do pinguim já está em todos os lugares, prova disso é que, mesmo com falhas, o Linux ganha espaço entre os dispositivos médicos.
O Linux está ganhando cada vez mais espaço nos dispositivos médicos, sendo utilizado na área de segurança dos devices.
A preocupação com a alta vulnerabilidade destes dispositivos é constante, já que muitos dos dispositivos IoT utilizados na área da saúde operam com sistemas obsoletos e totalmente desprotegidos contra ataques.
Mesmo com falhas, Linux ganha espaço entre os dispositivos médicos
Uma das iniciativas que busca suprir essas demandas é o Projeto Elisa (Enabling Linux in the Security Application). A criação é de várias empresas em conjunto (Toyota, Linutronix, Arm, BMW e Kuka), e tem como maior objetivo a afirmação do Linux como alternativa para uso em dispositivos que exigem uma segurança rigorosa.
A aceitação do Linux como viável para a segurança funcional, buscada pelo projeto, poderá abrir ainda mais portas para o sistema nos dispositivos médicos.
Para isso, é preciso atender às normas EN IEC 61508, que trata de segurança funcional em dispositivos programáveis, e a IEC 62304, publicada em 2006, que trata especificamente de softwares para dispositivos médicos.
Atualmente, o Projeto Elisa está tentando melhorar o desenvolvimento de softwares de código aberto, com saída de alta qualidade para os dois padrões de segurança funcional.
Outra empresa que trabalha no mesmo caminho é a Mentor Graphics, pertencente à Siemens. De acordo com a companhia, o grande interesse na utilização do Linux nos devices médicos se deve ao seu suporte abrangente de processadores, middlewares e protocolos.
Além de oferecer seus produtos, a Mentor também dá suporte legal, fornecendo a documentação de apoio necessária para o cumprimento das normas de segurança funcional.
Entre os grandes desafios enfrentados, está o fato de, pela norma IEC 62304, o Linux ser usualmente rotulado como Software de Linhagem Desconhecida/Incerta.
Além disso, os pacotes de código aberto podem interagir de modo não esperado com outros softwares dos dispositivos médicos, ocasionando falhas.
Graduada em medicina e uma das responsáveis pelo portal Saudável&Forte, Angélica Collado destaca a importância da segurança funcional neste tipo de dispositivo:
“O maior dano que pode ser causado a partir de invasões em devices médicos é o desaparecimento de informações de uso coletivo referentes à saúde dos pacientes. Com isso, os médicos podem até perder o histórico de medicamentos aplicados, tendo como consequência alguma prescrição incerta.”
O Linux vem ampliando o seu espaço na área da saúde de outras formas, com iniciativas solidárias. Um grande exemplo está nos produtos da SUSE, que estão ajudando no combate à Covid-19.
A empresa está oferecendo gratuitamente os seus serviços às empresas que fabricam os dispositivos médicos, como o sistema operacional de código aberto e as tecnologias de contêiner.
De acordo com a empresa, este tipo de compartilhamento gratuito é fundamental para ajudar a amenizar a enorme crise de saúde pela qual passamos.