Inteligência artificial recria estética do Studio Ghibli e levanta debate sobre originalidade

Nos últimos dias, surgiu uma trend nas redes sociais que virou febre: transformar fotos comuns em imagens no estilo dos clássicos filmes do Ghibli usando (IA), transportando os usuários para os apaixonantes cenários de Hayao Miyazaki (diretor do Studio). No entanto, por trás do encanto das cores vibrantes e da estética característica, pode haver a desvalorização do trabalho árduo e demorado dos artistas que contribuíram para toda a criação da estética Ghibli.

Marco Giroto, é fundador da SprintHub e SuperGeeks e especialista em IA e comenta sobre a nova trend:

“É impressionante como a IA consegue, com muita sensibilidade, capturar a essência estética Ghibli, mas isso abre um debate essencial sobre os limites entre homenagem, inspiração e cópia, a IA pode ser uma ferramenta poderosa, mas é fundamental que sua reprodução não apague o valor da obra original e nem seja usada de forma descontextualizada ou exploratória.”

O especialista também comenta que essa tendência não surgiu de uma programação específica para imitar estilos particulares, mas sim da habilidade da IA em identificar padrões estéticos e narrativos a partir de vastas bases de dados. “O mérito está mais na forma como as pessoas conduzem esses prompts [comandos] do que numa programação direta para aquele estilo em si”, comenta.

A discussão se expande para a própria definição de autoria e criatividade. Quando uma imagem ou um texto é gerado por IA, de quem é a autoria? Do criador do prompt? Da base de dados que alimentou o modelo? Do artista original cujo estilo foi replicado? Esse é um dilema ético enorme”, pontua. A questão também envolve desafios técnicos, como a proteção de .

Sobre o futuro da criatividade diante da IA, Giroto enfatiza que tudo depende do uso da tecnologia. “A IA pode impulsionar a criatividade, desde que usada com responsabilidade. O risco de banalização do trabalho autoral original é real quando o uso da IA é superficial ou apenas para surfar uma trend. O papel das novas gerações de criadores será entender profundamente essas ferramentas, não só tecnicamente, mas também filosoficamente”, afirma.

A é uma ferramenta transformadora, capaz de ampliar as possibilidades criativas, mas também de gerar questionamentos sobre os limites da originalidade e do respeito ao trabalho artístico. O desafio, portanto, não está apenas na evolução tecnológica, mas também na maneira em como a sociedade, criadores, artistas e incentivadores culturais irão lidar com essa nova realidade, equilibrando inovação e preservação do valor artístico original.

Sobre o Edivaldo Brito

Edivaldo Brito é analista de sistemas, gestor de TI, blogueiro e também um grande fã de sistemas operacionais, banco de dados, software livre, redes, programação, dispositivos móveis e tudo mais que envolve tecnologia.