Em mais um revés nos tribunais, o Google foi processado por usar dados de celular sem autorização. Confira os detalhes desse imbróglio.
Quatro cidadãos dos Estados Unidos entraram com uma ação coletiva contra o Google por usar seus dados de celular para “transferências de informações passivas”.
Google foi processado por usar dados de celular sem autorização
De acordo com o The Register, a reclamação foi apresentada em um tribunal distrital da Califórnia, alegando que o Google consumiu dados de celular caros sem o consentimento do usuário.
Ele também acusa a gigante de Mountain View de projetar deliberadamente seus aplicativos para usar dados de celular sem que o usuário seja capaz de optar por desativá-los.
A empresa tem enfrentado críticas recentemente por promover seus próprios aplicativos usando o ecossistema Android. Isso acontece tanto que literalmente nenhuma empresa está usando o sistema operacional Android sem os serviços móveis do Google.
Embora a privacidade seja uma questão muito debatida no mundo Android, as transferências de informações passivas geralmente passam despercebidas.
Uma das principais alegações feitas pela reclamação é que nenhuma das políticas da empresa informa ao usuário que seus dados de celular serão usados em segundo plano.
O advogado do reclamante testou as alegações em um novo smartphone Samsung Galaxy S7, que gravou a transmissão de dados passiva 389 vezes em 24 horas. Todos esses dados foram transmitidos entre o Google e o telefone, consumindo 8,8 MB/dia.
Ele diz que a troca consistia principalmente de arquivos de LOG que são gerados automaticamente e contêm informações de segundo plano como aplicativos abertos, redes disponíveis e métricas do sistema.
De acordo com a denúncia, esses arquivos não são sensíveis ao tempo e sua transmissão pode esperar até que o telefone seja conectado à rede sem fio. Em vez disso, o Android opta por usar dados de celular caros, que custam US$ 8/GB nos EUA para a transferência.
Indo um passo adiante, a reclamação também menciona um estudo de coleta de dados do Google em 2018 pelo professor Douglas C. Schmidt. O estudo descobriu que o Android e o Chrome transmitiam dados ao Google “mesmo na ausência de qualquer interação do usuário”.
O volume dessas transferências é mais preocupante porque o Chrome transmitia apenas 38 vezes/hora. Não apenas isso, o estudo mostrou que a maioria das trocas de dados estava relacionada ao Double Click, AdWords (agora Google Ads) e Google Analytics.
Resumindo, o Google pega seus dados sem sua permissão e ganha dinheiro com isso.
Mesmo se pudermos colocar a privacidade e o consumo de dados de lado, o uso da bateria também deve ser motivo de preocupação.
Idealmente, se o seu telefone estiver inativo, ele deve estar inativo. No entanto, com o Google extraindo dados na ausência de uma rede WiFi, isso não é apenas uma mossa no seu plano de dados, mas também na bateria do seu telefone.
Você pode corrigir o problema desligando os dados móveis, mas essa não é a solução.