Conheça Valerie Aurora, ativista que luta pela inclusão feminina no universo Linux, e descubra como ajudar nessa luta tão importante.
O universo da computação e da informática e, consequentemente, do Linux, é repleto de mecanismos que acabam excluindo a participação feminina. A maior prova disso está na pequena porcentagem de mulheres nos cursos relacionados à área nas Universidades brasileiras e mundiais.
No entanto, as lutas pela inclusão feminina no universo Linux estão florescendo por todo o mundo. Uma das maiores representantes desse movimento é Valerie Aurora, nome muito influente no mundo da tecnologia.
Conheça Valerie Aurora, ativista que luta pela inclusão feminina no universo Linux
Em 2016, ganhou destaque em uma matéria do The Guardian com o título “Esmagando o patriarcado do Vale do Silício”.
A militância de Valerie Aurora pelos direitos das mulheres no Linux começou há muito tempo. Em 2002, ela publicou um artigo intitulado “HOWTO encourage woman in Linux” (Como encorajar as mulheres no Linux).
O texto traz lições que parecem óbvias, mas que, infelizmente, ainda hoje não são aplicadas quando o assunto é computação, com tópicos como “Não faça piadas sexistas”, “Não trate as mulheres de forma estereotipada”, “Não chame apenas homens para falar”, “Mostre respeito” e “Trate as mulheres como pessoas normais”.
Em 2011, Valerie Aurora fundou a Ada Initiative, juntamente com Mary Gardiner, uma organização sem fins lucrativos que defendia uma maior presença das mulheres na cultura livre e no uso do código aberto.
O nome da organização homenageou Ada Lovelace, escritora do primeiro algoritmo da história. Hoje em dia, as anotações de Lovelace são reconhecidas como o marco inicial dos computadores e dos softwares.
A Ada Initiative rendeu a Valerie Aurora a conquista do O’Reilly Open Source Award, em 2013. A iniciativa acabou em 2015, mas todo o material do período de atividade pode ser encontrado no site da organização, em uma maneira a estimular a continuidade das lutas. Além disso, o site também fornece algumas ferramentas colaborativas.
A engenheira de software Paula Testoni, em um artigo para o portal UniversoDelas, reforça o posicionamento de Valerie: “Uma comunidade que prega a cultura do software livre e do código aberto, como a do Linux, é democrática por natureza. A exclusão feminina nesse universo é uma grande incoerência da área, que deve ser urgentemente reparada”.
Em uma entrevista ao portal Mulheres na Computação, Valerie Aurora explicou as razões da sua luta: acabar com o assédio na área da computação e estabelecer ambientes onde as mulheres tenham mais confiança. Além, é claro, de expor todo o sexismo que toma conta do universo tecnológico.
Vale lembrar que este nem sempre foi o panorama da computação. Antes da década de 80, as mulheres eram grande maioria na área, em um quadro inverso ao que ocorre hoje em dia.
Na mesma entrevista, Aurora afirma acreditar que isso reflete a sociedade patriarcal, pois quando a informática começou a representar poder e dinheiro, os homens tomaram o espaço e criaram formas de exclusão feminina.